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Que ritmo é esse?

Mallarmé dizia que ?nomear um objeto? era suprimir boa parte de seu prazer estético (sugeri-lo, isso sim, era o lance; enfim, aquela história simbolista). Literatices e papo-poesia à parte, e trazendo a conversa para outro âmbito, vou contrariaro mestre. Eu diria que dá um alívio danado quando a gente aprende o nome de algo que só captamos difusamente, fragmentariamente. Percebemos que, então, existe mesmo uma categoria já identificada para uma coisa que considerávamos só uma percepção incompleta. Estou falando disso porque descobri que há um nome para aquela batida tst-tst, aquelas melodias repetitivas, que, no texto publicado ontem, eu chamei de ?estilo festa em Ibiza?. Quem me contou foi o Camilo Rocha, o Homem-Objeto do Link, especialista em gadgets, DJ e pioneiro da cobertura de música eletrônica no país. É o chamado ?som balear?, uma referência às famosas ilhas mediterrâneas e seu lifestyle. Uma invenção já de anos, por DJs e produtores musicais. Talvez seja uma coisa manjada, mera desinformação minha. Porém, na minha intuição, fico satisfeito em ter, ao menos, acertado na geografia. Ouçam aí, dentro da cabeça. Já conseguem identificar? É um tipo de som ambiente que predomina na grande maioria dos restaurantes moderninhos, nos dining-clubs. Uma atmosfera de lounge, de ?estamos-ao-vivo-numa-coluna-social-em-tempo-real?. Sinceramente? Nada contra, cada um que se divirta como quiser. Prefiro minha parte em boa comida. Mas que deu um ?clec? e as coisas se encaixaram, isso deu. Agora aprendi (grato, Camilo). E, quando necessário, vou usar, em futuras resenhas. Esta nova categoria do blog, aliás, é justamente para comentar música/som (eventualmente ruídos...) ambiente. Rende, no mínimo, uma boa conversa fiada.

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