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Falando um pouco sobre Copa do Mundo, eu conversava com um amigo sobre o seguinte tema. Nunca se ouviu tanto a seguinte pergunta: para quem você vai torcer? Reparem, é algo complexo. Não se trata da óbvia preferência pela pátria, pela seleção nacional, mas de uma outra abordagem. Minha filha, por exemplo, ficou intrigada quando afirmei que só me entusiasmaria com o Brasil se o time jogasse bem. E que, na verdade, torceria mesmo para quem praticasse o futebol mais bonito. Afinal, se podemos nos divertir com os jogos do Barcelona e do Manchester, em geral melhores que os do Brasileirão, podemos também ter simpatia por seleções que não sejam a do Brasil. Seria isso a expressão de uma espécie de sentimento 'não-nacionalista', ou apenas falta de identificação com o estilo do time do técnico Dunga? Acredito que um pouco das duas coisas. Pois, convenhamos. Futebol de resultados tende sempre a ser uma coisa enfadonha. Basta perguntar, caso o interlocutor tenha idade suficiente para lembrar (e alimente algum interesse por esporte): qual das seleções foi mais marcante, a derrotada de 1982 ou a vitoriosa de 1994? Acredito a primeira seja a preferida. Não porque os brasileiros fossem mais patriotas em 1982, mas porque aquele time tinha uma capacidade maior de entusiasmar, com sua técnica, com seu sentido de espetáculo. Puxando agora para a minha seara, é o mesmo que nos tornássemos partidários da refeição de resultados. Como seria? O importante não é desfrutar de boa comida (seja ela simples ou requintada). É cumprir uma meta. Assim: você entra no restaurante, é rapidamente atendido, faz o que tem de fazer do começo ao fim, de forma mecânica, paga, e vai embora. Os pratos não têm gosto. Mas o processo funciona. Não faz sentido ser assim, ao menos para mim. É preciso haver prazer na fruição. Seja num almoço, seja numa partida de Copa de Mundo.

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