
Luiz Horta
Tinker Taylor Soldier Spy
Lembrei desta rima inglesa, Tinker, Tailor/Soldier, Sailor/Rich Man, Poor Man/Beggar Man, Thief (que deu origem a um famoso thriller de espionagem, escrito por John le Carré e levado a TV com Alec Guinness e ao cinema com Gary Oldman) só pelo nome do porto Taylor’s. Ainda estou frustrado por não ter provado todos os vintages servidos aqui semana passada (que Marcel Miwa provou e cobriu para o glupt!).
Abri alguns portos no final de semana, comparei, mais pela graça do exercício. Porto é sempre bom e com estilos tão marcados que compará-los é só um jogo, sem que um se sobreponha a outro.
O primeiro foi o Quinta de la Rosa LBV 2007, belo nariz de frutas secas e um toque importante de cacau amargo. Na boca é equilibrado e harmônico, sutil tanto na doçura quanto na acidez. Importado pela Ravin, custa R$ 128 e combina com um queijo de massa dura como ninguém.
O seguinte foi o Noval LBV 2005, Unfiltered, ainda com muita fruta no nariz, amplo e sedutor. Na boca tem mais acidez e doçura notável, é um espetáculo, que será arredondado pela passagem do tempo (se aguentarmos esperar, eu não aguentei). Vai bem até com chocolate. Importado pela Adega Alentejana, custa R$ 178.
O outro, um Tawny, era o Taylor’s 10 years, que não deveria ser comparado aos anteriores, pois é de outro estilo, mas foi ele que motivou a prova, pela rima inglesa (Taylor, got it?) e é soberbo, com leve nariz medicinal, algo de esparadrapo, boca austera, deliciosa e merece até ser tomado só, olhando uma tarde pela janela. Passou a ser importado pela Qualimpor, com preço em torno de R$ 130, mas não achei no site o valor exato.
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