Raúl Moreno, sócio da revista de vinhos australiana Alquimie
Na Austrália, 2014 já foi um ano que os consumidores procuraram por boas compras (preço x qualidade) de vinhos. Sinto que a procura por regiões clássicas como Rioja ou Barossa tem caído, em vez disso, estão procurando pelas variedades Tempranillo e Shiraz numa faixa de preço mais acessível.
Vinhos com muito carvalho estão perdendo espaço para vinhos mais frutados, que podem ser bebidos mais jovens e com maior conexão com sua origem. O termo ?vinho natural? também está em baixa e estes vinhos começam a ser chamados de vinhos ?com baixo teor de enxofre?. Na Austrália, as importações tem crescido para vinhos de Champagne, Espanha, África do Sul e Chile. Continua forte a tendência de vinhos brancos de longa maceração com as cascas, conhecidos como vinho laranja ou âmbar, de locais como Croácia, Herzegovina, Eslovênia, Itália e Geórgia. O retorno fenomenal de Prosecco e Pinot Grigio deve seguir, junto com a recente descoberta dos tintos (todas as Tourigas e Tintas) e brancos de Portugal (Arinto, Loureiro e Alvarinho). Minhas recomendações e apostas para 2015 estão na Malvasia Istriana, de Istra Croácia, um branco vibrante e fresco com nota salina, e os tintos da Bairrada feitos com Baga, uma casta que tem a personalidade da Pinot Noir e a estrutura da Nebbiolo.