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Chez Saul ? 30.03.2007 ? Eñe

A boa cozinha espanhola moderna dos gêmeos Sergio e Javier Torres Martinez, que já passaram por cozinhas famosas em vários países, garantiu o restaurante Eñe em seus primeiros dias. Ambiente bonito, moderno, porém barulhento e o serviço estava totalmente desencontrado, o que pode ser consertado com certa facilidade. Uma pena que os chefs não devam ficar em São Paulo durante muito tempo. Eles se associaram a um grupo de investidores (Reclair Invest International) para abrir outras casas fora da Espanha. Os chefs são relativamente jovens, mas experientes, já acumularam muitos prêmios e passaram por ótima casas. Javier, por exemplo, foi chef executivo do El Raco de Can Fabes, do chef Santi Santamaría, onde também trabalhou Sérgio, que é sócio e chef do Hotel Restaurante El Rodat, em Alicante. Sempre segundo o serviço de divulgação do Eñe, Sérgio foi campeão espanhol de cozinha em 1994. O ambiente do Eñe impressiona bem, amplo claro, com um grande balcão com banquetas confortáveis, ideais para se provar as tapas (pratos servidos em pequenas porções, muito característicos da cultura da Espanha). Iluminação que lembra as cenas de teatro. A música alta colabora para aumentar o barulho. Cozinha totalmente aberta, como num teatro e foi interessante constatar a classe e a calma dos cozinheiros numa noite muito movimentada mesmo. Os gêmeos praticam uma cozinha espanhola moderna, utilizando métodos não convencionais, como cozimento a vácuo e em baixa pressão. Eles inventaram mesmo uma máquina para tanto (Gastrovac) e estão trabalhando num sistema chamado "cristalização sensível", baseado nos princípios da Antroposofia, de Rudolf Steiner para "conhecer melhor as propriedades qualitativas e energéticas de qualquer substância orgânica", segundo a divulgação do restaurante. Cardápio muito interessante, variado, aberto com muitas tapas frias (12 delas) e quentes (13 delas), entre as quais agradaram particularmente a terrine de foie gras com um molho de vinho tinto e especiarias (R$ 54); as mini tortillas (simples e gostosas, R$ 12); as lulas empanadas (sequinhas, lembrando tempurá, R$ 18); polvo à galega (um pouco salgado, macio mesmo, até demais, R$ 20) e tartare de ostras, servidas no interior de pequenos tomates (R$ 15). Meio diferente, os ovos de codorna fritos, servidos frios sobre uma batata fininha (chips, R$ 12). Com sal demais o pão com tomate, uma espécie de símbolo da cozinha de Barcelona. Pratos principais muito bons, mas revelando que ainda é necessário aparar pequenas arestas, acertar a equipe. Vários pratos bastante salgados, como a paella de frutos do mar (muito saborosa, no ponto, rica, R$ 44 a porção individual). Também um pouco de sal a mais no delicioso jarret (joelho) de vitela cozido no vácuo durante várias horas (macio, quase se desfazendo, conservando o sabor da carne, R$ 38). No mesmo nível as costelinhas de cordeiro, servidas no lugar da paleta, que havia acabado. Exemplar, no ponto, gostosa a corvina com purê de mandioquinha (R$ 38). Carta de vinhos espanhola. Exemplares de várias denominações de origem desse país. Endereço: Dr. Mário Ferraz, 213 (esq. Prof. Artur Ramos), 3816 4333, Jd. Europa (90 lug). Horários: 12h/15h e 19h/0h (6ª vai até 1h; sáb, 13h/16h e 19/1h). Fecha dom. Cc.: todos. Couv.: R$ 8. Manob.: R$ 10.

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