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Degustação grupo Amarante - Sauvignon Blanc

Dois vinhos nacionais feitos com a Sauvignon Blanc conseguiram notas altas e, ao mesmo tempo, me decepcionaram na última degustação do "grupo Amarante", no Shintory. Esse grupo se reúne há 24 anos para provar vinhos. A cada reunião, um tema. Os participantes levam seu vinho, seus copos e a degustação é às cegas. A identidade dos vinhos só é revelada no fim. As notas vão até 100 pontos e o comandante Amarante recolhe as fichas e depois faz uma média das notas. Brancos surpresa era o tema da reunião. Um tema livre e cada participante poderia levar o branco seco que quisesse. Estavam presentes o "chefe" Amarante, Jorge Carrara, Ennio Federico, José Ruy Sampaio, Isídio Caliche e eu. Dois Sauvignons de Santa Catarina foram provados e aprovados: O Vila Francioni, feito na região fria e alta de São Joaquim, já no mercado e um vinho experimental, ainda não colocado à venda, do produtor Maurício Grando. O Vila Francioni 2006 agradou e decepcionou. Eu já havia provado a primeira edição desse vinho, na espetacular e moderna vinícola de Santa Catarina e me entusiasmei. Na época escrevi que era, de longe, o melhor branco feito com essa uva no país. "O primeiro Sauvignon nacional que parecia com um Sauvignon Blanc". Pois bem, o exemplar provado com os amigos agradou, mas não se parecia com um Sauvignon Blanc. É bom lembrar que a Sauvignon é muito típica fácil de ser reconhecida. O amigo Carrara chegou a dizer que se tratava de um vinho demi-sec. Achei o vinho gostoso, mas sem concentração e acidez (talvez daí a sensação de vinho doce). 89/100 pontos na minha apreciação. Depois informo a média do grupo. O amigo Amarante se encantou, mais uma vez, com o vinho. O vinho de Maurício Grando de 2006, ainda sem nome, agradou. Um vinho ligeiro, que também não evocou a uva e com boa acidez (88/100 pontos). Os melhores vinhos da noite, na minha opinião foram o francês Chablis Premier Cru La Chablisienne 2004 (aroma intenso, gostoso, elegante, flor de laranjeira, 91/100 pontos) e o austríaco Grüner Veltiliner Brundlmayer 2004, de Langloiser Berg-Vogelsang (91/100). Essa uva é muito típica da Áustria e eu pensei, erradamente, que se tratasse de um Riesling pelos toques minerais. Também excelente o Boekckenhoutskloof Semillon 2005, da África do Sul, que entusiasmou alguns participantes, entre os quais o Amarante. A Semillon é uma uva de Bordeaux e esse branco se apresentou potente, com toques tostados evidentes, bom corpo e toques minerais (90/100 pontos). Muito particular o Côtes du Jura Cuvée Tradition 1996 de Bead Père el Tils. Lembrou mais um Jerez, com o qual compartilha alguns aspectos particulares de vinificação, que um vinho de mesa (90/100 pontos). Os outros dois: Amayna Chardonnay 2004 (88/100 pontos, do frio Valle de San Antonio, Chile, bastante peculiar) e Amélia Concha y Toro (normalmente na elite do país, do Valle de Casablanca, marcado um pouco demais pelo carvalho 87/100 pontos).

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