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Aventuras lácteas entre o Brasil e a França

Só queijo

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Queijo de manteiga potiguar ganha investimento e surpreende franceses

Governo do Rio Grande do Norte libera R$ 39 milhões para setor de leite e queijo; anúncio foi feito durante visita de comitiva queijeira da França

O Rio Grande do Norte foi o primeiro estado brasileiro a aprovar, em 2017, uma legislação queijeira que protege os artesanais e permite tacho de cobre e utensílios de madeira. Agora, o governo potiguar acaba de  liberar R$ 39 milhões para o setor lácteo, sendo R$ 20 milhões para a construção de queijarias e R$ 19 milhões para a expansão das plantações de palma forrageira para alimentar o gado.

 

Legislação potiguar libera o uso de forma de madeira na produção de queijos. FOTO: Débora Pereira/SerTãoBras

A governadora Fátima Bezerra (PT) recebeu o grupo de 18 membros da Guilde Internationale des Fromagers em um jantar especial e anunciou que vai à França em novembro, em viagem diplomática com outros governadores nordestinos, para negociar acordos e investimentos com o governo francês. "Vamos incluir uma visita à Federação dos Queijeiros na nossa agenda e nos inspirar no modelo deles de proteção e valorização da diversidade queijeira, além de abrir as portas para exportar queijo nordestino", disse a governadora.

"Tenho certeza que se esses queijos puderem chegar à França eu vou colocá-los à venda na minha loja", comenta Christelle Lorho, mestre queijeira francesa, de Estrasburgo, toda animada.

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Toda a delegação francesa com a governadora Fátima Bezerra (de vermelho) ao centro. FOTO: Elisa Elsie/Governo do RN

O programa de ajuda para os produtores foi anunciado nesta segunda-feira, 5, durante o 15º Encontro Nordestino de Leite e Derivados (Enel), em Natal. Na ocasião, aconteceu a primeira cerimônia da Guilde des Fromagers em solo brasileiro. "Não foi por acaso que começamos pelo Rio Grande do Norte. Os queijos coalho e manteiga são muito apreciados pelos europeus que os conhecem assados na brasa nas praias paradisíacas daqui. Nós queremos motivar e valorizar essa tradição queijeira", disse Roland Barthélemy, presidente da Guilde.

 

Momento da fabricação em que a manteiga de garrafa é acrescentada. FOTO: Débora Pereira/SerTãoBras

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A delegação estrangeira acompanhou a fabricação do queijo manteiga feito pelo produtor Lucenildo Firmino em um ateliê montado no Enel pelo Sebrae, com ajuda da consultora Adriana Lucena. "Ver que o tacho de cobre foi liberado é surpreendente. Permite aumentar a diversidade queijeira. E o resultado é tão diferente que podemos encontrar consumidores para os dois tipos de queijo, feitos em inox ou em cobre", comenta Christelle.

No vídeo abaixo, ela e Roland analisam o queijo de manteiga ao lado da chef potiguar Adriana Lucena.

 

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Na cerimônia da Guilde, foram reconhecidos como Garde et Juré (Guardião e Jurado, em tradução livre) quatro personalidades do mundo queijeiro nordestino: Joaquim Dantas, queijeiro da Fazenda Carnaúba de Taperoá; Acácio Brito, diretor do projeto do queijo artesanal do Sebrae; a chef de cozinha e pesquisadora de queijos Adriana Lucena; e o pesquisador do laboratório de leite e queijo da UFRN Adriano Rangel.

 

Cerimônia da Guilde com os queijeiros nordestinos homenageados ao centro. FOTO: Elisa Elsie/Governo do RN

"Fizemos a cerimônia diante de uma plateia de 1.500 produtores de leite e queijo, todos muito entusiasmados. Ver a potência queijeira brasileira nos motiva. Vamos fazer um intercâmbio para incentivar não só a produção no Brasil, mas principalmente a comercialização, que vemos que é ainda bem incipiente no sentido de valorizar o nicho do queijo tradicional", diz Claude Maret, presidente da Federação dos Queijeiros da França.

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O grupo viaja nesta quarta, 7, para São Paulo, para uma cerimônia com o grupo Savencia no Jockey Club e uma visita técnica na Pardinho Artesanal, queijaria em Pardinho, no interior paulista, na quinta. Em seguida, a comitiva parte para o clímax da viagem, o Mundial do Queijo do Brasil em Araxá (MG). O concurso do Mundial já tem mais de 900 queijos inscritos.

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