Dois anos atrás, a norte-americana Rogue Ales lançou uma cerveja fermentada com levedura encontrada na barba de seu mestre cervejeiro. A The Beard Beer é hipsterismo em forma líquida. É cerveja artesanal; a cervejaria fica em Newport, a 2 horas de Portland, no Oregon, a cidade que ganhou fama depois do seriado Portlandia; e o fermento vem da barba. São três símbolos hispters em um gole só.
É fato que mestres cervejeiros cultivam vastas barbas desde muito antes de a moçada transformá-las em símbolo de gente moderna. Mas essa história é boa: o mestre cervejeiro da Rogue, John Maier, cultiva a sua desde o fim da década de 1970 e, com ela, fez dezenas de milhares de brassagens – ele trabalha na Rogue desde 1989.
Achar uma levedura na barba do sujeito não é exatamente um feito, já que eles estão às voltas uns com os outros, pelos e levedos, todos os dias há 25 anos.
Figura. Tido como um grande nome da revolução cervejeira nos EUA, Maier tem até bonequinho. FOTOS: Divulgação
Mas daí a isolar o levedo, multiplicá-lo e passar a usá-lo para fazer uma cerveja são outros quinhentos. The Beard Beer fez o maior barulho quando foi anunciada. E a Rogue, cervejaria querida por dez entre dez fãs de cervejas artesanais e um dos símbolos da revolução cervejeira nos EUA, é boa de barulho.
Pois é, mas essa é também uma história antiga – a cerveja foi feita em 2012. O que ela faz aqui? É que nesta semana chegou pela primeira vez ao Brasil um lote de The Beard Beer – que marca também a volta da Rogue para as prateleiras brasileiras, de onde andavam sumida.
Catalogada ora como american wild ale – cerveja de alta fermentação feita com levedura selvagem e de origem americana – ora como belgian ale, ela é descrita como “okay” pelo prestigioso BeerAdvocate. A cor é dourada e ela é turva. E tem notas vindas do fermento (frutadas). Para tirar a sua prova, vá às lojas especializadas (no Empório Alto dos Pinheiros, rua Vupabuçu, 305; R$ 48, 650 ml e na Cervejoteca, rua Sena Madureira, 749; R$ 50).