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Bebida

A vez do Espírito Santo

O Espírito Santo é a África brasileira dos cafés. E o terroir da vez. “Levei um café de lá para um concurso nos Estados Unidos e os provadores acharam que era africano, quando falei que vieram do Brasil, todos ficaram surpresos”, diz Isabela Raposeiras, do Coffee Lab.

FOTO: Werther Santana/Estadão. Foto: EstadãoFoto: Estadão

Lado a lado, os grãos quenianos garimpados e torrados por Tim Wendelboe, campeão do Mundial de Baristas de 2004 e fornecedor de grãos do Noma, e os do Espírito Santo vendidos no Coffee Lab (R$ 30 a R$ 38) são quase gêmeos. Muda a acidez – que nos africanos é bonita e no capixaba, elegante.

FOTO: Werther Santana/Estadão Foto: Estadão

Segundo maior produtor nacional, o estado não é referência entre consumidores de cafés especiais. Em parte pelo perfil de produção do estado – das quase 13 milhões de sacas produzidas no ano passado segundo dados da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abica), 10 milhões são de robusta, café com menos aromas e sabores que o arábica –, mas também pelo desconhecimento dos pequenos produtores das montanhas capixabas. É ali que estão os melhores cafés do estado.

“É uma região inóspita para café ”, diz Raposeiras. “É ‘baixa’ – 1000 metros – e tem clima úmido, o que pode prejudicar. E por ser um problema, os produtores põe o café em tanques de fermentação porque eles precisam tirar a mucilagem para o café não fermentar do jeito ruim, aí fermentam do jeito certo e com isso ganham mais complexidade”, explica.

A complexidade é perceptível na xícara: a doçura acumulada lentamente nos grãos devido à baixa temperatura média da região, em torno dos 17°C, converte-se em aromas de frutas vermelhas, especiarias, mel e a acidez elevada, tão característica dos africanos.

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Onde:Coffee Lab – R. Fradique Coutinho, 1340, Pinheiros, 3375-7400. Vendas também no coffeelab.com.br. Preço: R$ 31 a R$ 38 (250g)

>>Veja a íntegra da edição do Paladar de 18/6/2015

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