Também é comum Cobra convidar um amigo para “cheirar o café”, quando quer conversar. “Cheirar o café é uma delícia. O problema é beber”, diz Cobra. “As pessoas engolem de uma vez, sem fazer o cerimonial. Tem de cheirar bem, sentir esse prazer, depois segurar a bebida um pouquinho na boca e então beber.” É o que ele faz sempre que recebe uma xícara de café.
E não é só o café. Cobra desfruta de outros aromas. “Em casa tenho sempre uma manga bonita e perfumada na cabeceira da cama para me deliciar com aquele cheiro de pomar. E, às vezes, também carrego uma casquinha de laranja no bolso”, conta.
Para Cobra, o olfato é um dos sentidos mais importantes, responsável até pela sobrevivência humana. “Tudo o que se coloca na boca deve passar antes pelo nariz. Mas, infelizmente, cheirar a comida se tornou um pecado, falta de educação, nessa sociedade anulante. Nos proíbem de ter prazer”, argumenta o preparador.
Qualquer pessoa tem seus aromas preferidos, que trazem boas lembranças, dão prazer ou repulsa. E o chefs de cozinha sabem disso. E apostam cada vez mais no aroma como parte intrínseca da comida que levam à mesa. Saiba como na edição de amanhã do Paladar.