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Le Vin Filosofia

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Conheça o vinho mais caro de Portugal

O Júpiter é um tinto que cativa pela elegância; aqui no Brasil, a garrafa será vendida por R$ 18 mil

O enólogo Pedro Ribeiro, da Herdade do Rocim, aterrissou no Brasil nesta última quarta-feira com três garrafas do vinho Júpiter na mala. Duas delas foram abertas na própria noite de quarta para marcar a apresentação desse tinto premium por aqui. Lançado inicialmente em Portugal, dentro do projeto de Vinhos do Outro Mundo, em junho deste ano, o Júpiter se tornou o vinho português mais caro. Na Europa é comercializado por 1.000 euros. Por aqui, as únicas seis garrafas importadas pela World Wine serão vendidas por R$ 18 mil e já há compradores interessados.

É mesmo um tinto surpreendente, que cativa pela sua elegância. Seus aromas remetem a frutos frescos como mirtilos, amoras, groselhas, de uma pureza que cativa. Ainda muito jovem, mesmo da safra de 2015, tem boa complexidade no paladar, com taninos redondos, sedosos e uma acidez impressionante. E apresenta grande persistência no final.

O vinho mais caro de Portugal éum tinto comaromas que remetem a frutos frescos. Foto: Fernando Sciarra/Estadão

É um estilo bem diferente do Barca Velha, até então o mais caro e mais prestigiado vinho português – a safra de 2011 é comercializada no Brasil por R$ 6.600, na Zahil. O Júpiter vem do Alentejo, de uma vinha velha; enquanto o Barca Velha, do Douro, tem uvas originárias da Quinta da Leda. O terceiro tinto português muito disputado pelos brasileiros é o Pera Manca, também alentejano. A recém-lançada safra de 2015 é vendida por R$ 4.400, na Adega Alentejana.

O Júpiter chegou fazendo barulho. “As primeiras 650 garrafas foram comercializadas em três semanas”, afirma Ribeiro. Ao todo, são 800 garrafas de um vinho único, que dificilmente será repetido em safras futuras. Explica-se: em 2015, Ribeiro e sua mulher Catarina Vieira, compraram a Quinta da Micaela, um vinhedo de 0,36 hectare vizinho à Herdade do Rocim, na Vidigueira. Na época da safra, pediram ao responsável pelo vinhedo para colher as uvas e colocá-las nas ânforas. Toda a produção coube em três ânforas, onde fermentou com as leveduras indígenas.

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Quis o destino que uma das ânforas resultasse em um vinho excepcional. O problema é que não há registros de quais parcelas do vinhedo deram origem a esse vinho. Desde então, Ribeiro tenta repetir o vinho nas safras seguintes, ainda sem sucesso. “Tenho medo de ser irrepetível”, confessa ele.

Sua decisão foi deixá-lo na ânfora e assim o vinho ficou até ser escolhido para integrar o projeto Vinhos do Outro Mundo, pelo especialista Cláudio Martins. A ideia é a cada ano lançar um vinho ícone, com nome de um planeta. O próximo provavelmente será da Toscana. 

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