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Bebida

Edição 2016 do 'Guia Descorchados' é lançada em São Paulo

Guia é a principal publicação sobre vinhos produzidos na América do Sul; saiba qual foi eleito o melhor espumante brasileiro

Silencio 2011, da Cono Sur, foi eleito o melhor tinto chileno. Foto: Isabelle Moreira Lima|EstadãoFoto: Isabelle Moreira Lima|Estadão

Uma seleção de vinhos "que têm uma história para contar". O Descorchados 2016, principal publicação sobre vinhos produzidos na América do Sul, foi lançado nesta segunda-feira (23), em São Paulo. Escrito pelo crítico chileno Patricio Tapia, o guia chega à 17ª edição

Tapia diz que prefere vinhos que emocionem, que contem uma história, aos tecnicamente corretos. Seria então a vez dos vinhos de terroir? "A sensação agora é que o clima é importante. O foco dos produtores é o que está na terra. E aí, mais vinhos interessantes, de lugar, de origem são encontrados”, disse em entrevista ao Paladar.

Silencio 2011, da Cono Sur, foi eleito o melhor tinto chileno. Foto: Isabelle Moreira Lima|Estadão

O vinho eleito o melhor tinto do Chile desta edição é o Silencio 2011, da chilena Cono Sur, que vem dos pés dos Andes, no Maipo, com 98 pontos. "Estou seguro de que fazer esse vinho, com essas qualidades, é impossível em outro lugar. A influência fresca da Cordilheira, os solos aluviais e até a vegetação do lugar... tudo influi para que esse vinho tenha o gosto e o cheiro que tem", escreve no guia.

O melhor branco chileno foi o Errázuriz Las Pizarras Chardonnay 2014, da região de Aconcágua Costa, com 97 pontos. Assinado por Francisco Baetting, tem "personalidade distinta, sobretudo em termos de profundidade de sabores".

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Para fazer o guia, Tapia passa meio ano percorrendo vinícolas e encontrando pessoalmente enólogos, e meio ano degustando vinhos às cegas. Para a segunda etapa, conta com uma equipe de dez degustadores.

Vertigo Nature Chardonnay Pinot Noir 2013, da Pizzato, foi eleito o melhor espumante brasileiro. Foto: Isabelle Moreira Lima|Estadão

Do Brasil, são julgados apenas os espumantes, porém há a promessa de que os vinhos tranquilos entrem no páreo no ano que vem. Sobre os espumantes, Tapia aconselha ficar de olho na produção de Santa Catarina. "A Serra Gaúcha é a que hoje faz os melhores espumantes do Brasil e é também a que tem uma história mais rica no tema, e, portanto um pouco mais experiência. No entanto, Santa Catarina vem forte", afirma.

O título de melhor espumante brasileiro foi para o Vertigo Nature Chardonnay Pinot Noir 2013 da Pizzato, não filtrado, ainda com as borras. Tapia vê o estilo como "o resgate de uma técnica que abre um novo caminho para os espumantes sulamericanos". Teve 93 pontos. Na mesma tendência está o segundo lugar, o Lírica Crua Chardonnay Gouveio Pinot Noir NV, da Hermann, com lias em suspensão. Tapia descreve os sabores como "exuberantes, selvagens, vivos" e concedeu 92 pontos. "Uma nova visão das borbulhas sulamericanas, que tem que ser provadas, sim ou sim."

Patricio Tapia, autor do Guia, prefere vinhos que contem uma história aos tecnicamente corretos. Foto: Isabelle Moreira Lima|Estadão

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Com mais de 920 vinícolas listadas, o Descorchados 2016 traz desde gigantes como Santa Rita a pequenos produtores produção mínima. Mas, resta a dúvida: para o consumidor, vale ouvir de um vinho que muito provavelmente não irá encontrar no mercado? Tapia responde prontamente que sua missão é fazer uma fotografia panorâmica sem discriminação: todos os bons entram. "Acredito que é um problema do consumidor encontrar esses vinhos. Se eu sou um fanático de música e sei que há uma edição limitada de Joy Division, vou procurar em Londres. Para mim, se realmente interessa, eles têm que procurar. Hoje, degustamos vinhos de 200 garrafas. É quase impossível de encontrar, mas se interessa às pessoas, eles vão procurar."

  Foto: Isabelle Moreira Lima|Estadão

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