Por Daniel Telles Marques
A seleção de cafés feita pelo especialista Ensei Neto para a palestra “Terroirs Tradicionais” na 4ª edição do Paladar – Cozinha do Brasil, que acontece até domingo no Grand Hyatt São Paulo, tinha uma clara intenção: resgatar territórios de produção que perderam espaço nos últimos tempos.
Com jeitão de cafezinho (sem demérito do diminutivo) depois do almoço, a degustação organizada pelo engenheiro químico teve um quê de história e um tanto de percepção. Das planícies da Etiópia até a chegada do café no Brasil, Ensei traçou o caminho do grão na nossa terra e abriu a degustação com cafés vindos de Bom Jardim, da Região Serrana do Rio de Janeiro, pólo produtor do século 19 (na época com 10 mil hectares de produção, e atualmente, com apenas 2 mil).
A evolução de sabor acompanhou as mudanças históricas da produção. O segundo café degustado veio de Botucatu (SP), região que concentrou a mudança do pólo produtor do Rio para São Paulo, na passagem do século 19 para o 20.
Raros, os grãos usados para a preparação do segundo café da tarde eram um Mundo Novo Amarelo, café despolpado e levemente ácido, produzido pela quinta geração dos Martins Mariano, na Fazenda Santa Margarida.
Para fechar a experiência, o último café provado veio da histórica Fazenda Califórnia, em Jacarezinho (PR), uma das primeiras no País a associar ciência e alta tecnologia à produção dos frutos.
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