Há um movimento de mais restaurantes em busca de um rótulo que carregue seu nome e sua marca. O Tasca da Esquina acaba de encomendar etiquetas para identificar o vinho que já serve em jarra. O Coco Bambu lançou um tinto e um branco na última semana. E há até enólogos se especializando no caso: Luís Duarte, o mesmo dos vinhos do Coco Bambu, vende barris do Herdade dos Grous Single Oak para restaurantes incluírem seu nome na etiqueta.
O amante do vinho com sede de aventura e orçamento restrito sofre. Escolher o rótulo da vez para escoltar o jantar pode ser um drama, considerando o peso da bebida ao final da conta. Por isso, não é estranho que uma onda de tranquilidade e paz o inunde quando a expressão “vinho da casa” for proferida pelo garçom: a promessa é de preço camarada e qualidade.
Mas e o que se recebe? Será que o vinho da casa realmente significa um bom negócio? Por um lado, não faz sentido um restaurante querer associar o seu nome a um produto ruim. Por outro, como pode o menor preço da carta trazer boa surpresa?
Levando tudo isso em conta, resolvemos montar um painel para provar seis exemplares de vinho da casa e responder à pergunta fundamental: vale a pena ou não pedir o vinho da casa?
Participaram da prova o diretor da ABS-SP Guilherme Velloso e as sommelières Marina Bertolucci, do Canaille, e Camila Ciganda, do La Frontera. O norte da degustação foi avaliar se os vinhos correspondem à tipicidade de suas castas e ao perfil da casa a que pertencem, casando bem com seus pratos.
Por fim, concluímos que (quase) sempre vale a pena. E, com sorte, você pode até ser surpreendido por um casamento perfeito, capaz de levar ao tão sonhado “terceiro sabor”.