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Por que Curitiba tem tanta cerveja

A Petroleum e Cacau IPA nasceram lá

Curitiba: duas das cervejas mais festejadas do País – Petroleum e Cacau IPA – nasceram lá. A melhor cervejaria do Brasil segundo o Ratebeer – Bodebrown – é lá. E se você for a uma loja em São Paulo e comprar um rótulo de cada cervejaria curitibana sairá com 12 boas cervejas – provadas aqui em degustação da qual participaram Ronaldo Rossi, da Cervejoteca, e Luis Nascimento, da Sinnatrah.

 Foto: Estadão

FOTOS: Fernando Sciarra/Estadão

Por que Curitiba tem tanta cerveja boa? As respostas são muitas (venho perguntando isso a todo mundo que encontro). Mas há dois fatores – ou duas pessoas – que estão em todas elas.

Um: Samuel Cavalcanti, da Bodebrown, quartel-general da revolução cervejeira, polo de formação de cervejeiros caseiros.

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Dois: Ronaldo Pinto Flor, da Gaudenbier, que percebeu que havia cervejeiros caseiros com boas receitas, mas sem registro e condições de montar uma fábrica e adotou esses caras. Hoje produz a todo vapor rótulos da DUM, da Cia. Morada Etílica e da F#%&ing, criou a Pagan (ênfase no segundo a) e começa, em breve, a produzir a Tormenta.

 Foto: Estadão

1. F#%&INGRótulo: American Pale AlePreço: R$ 19 (350 ml) Lançada em novembro, tem cor e espuma lindas. É uma cerveja bonita. No nariz, lichia. Na boca, amargor longo. Combina com croquete.

 Foto: Estadão

2. KLEINRótulo: Brown AlePreço: R$ 12 (600 ml) Foco no malte. Inglesamente classuda. No nariz, caramelo. Na boca, fácil e doce. É uma New Castle melhorada. Combina com copa.

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 Foto: Estadão

3. GAUDENBIERRótulo: Lager NaturtrübPreço: R$ 17 (600 ml) Para tomar sem pompa. Zero frescura, muito frescor. Está tudo ali nessa lager não filtrada: doce do malte, amargo do lúpulo e a qualidade das cervejas artesanais. Combina com descompromisso.

Com a palavra, o dono da Gauden, Ronaldo Pinto Flor: “A Gauden tem sete anos e saiu do vermelho há quatro. Por que adotei os caseiros? Há muitas escolas e estilos. Uma marca não pode ser boa em tudo. Então adotamos cervejeiros caseiros: eles cuidam de receitas e da marca; nós produzimos; a Liga das Cervejas Extraordinárias distribui. É um jeito de viabilizar, mas precisa levar a vida com amor, não pode querer criar conflito.”

 Foto: Estadão

4. DE BORARótulo: Poderosa IPAPreço: R$ 27,50 (500 ml) Ela tem um corpão, parece um mulherão mesmo. No nariz, é um biscoito. Na boca, doce. Combina com empanada de carne com uva-passa.

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 Foto: Estadão

5. CIA MORADA ETÍLICARótulo: Double ViennaPreço: R$ 15,90 (335 ml) Tem o rótulo mais intrigante do País (é um ambigrama: pode ser lido de pé ou de ponta-cabeça). É uma cerveja com tudo em dobro, o que faz que tenha um belo corpo. No nariz, não entrega tudo. Na boca, é um abraço tostado e caramelado. Combina com frango recheado de presunto e queijo.

 Foto: Estadão

6. BODEBROWNRótulo: Cacau IPAPreço: R$ 15,90 (310 ml) É um delicioso nó na cabeça: no nariz, chocolate e baunilha. Você acha que vai ser doce e, na boca, é amarga e ácida. Combina com frango thai.

 Foto: Estadão

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7. PAGANRótulo: Dragon’s Blood WinePreço: R$ 18,90 (335 ml) A vinho de sangue de dragão é uma barley wine maturada em carvalho. No nariz, frutas passas. Na boca, o puro Natal. Combina com bolo de nozes.

 Foto: Estadão

8. WENSKYRótulo: Drewna PiwaPreço: R$ 28,75 (335 ml) É uma old ale perfeitinha. Avermelhada, envelhece em carvalho. No nariz, toffee. Na boca, chocolate com madeira. Combina com queijo azul.

 Foto: Estadão

9. DUMRótulo: PetroleumPreço: R$ 19,90 (335 ml) Lendária, vai virar filme. Imperial stout com cacau, é preta, torrada e amarga. Goste ou não, uma coisa é fato: é inconfundível. No nariz, café. Na boca, tostados e torrados. Combina com fim de refeição.

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“A Petroleum nasceu na nossa panela em 2010. Não tínhamos nenhum exemplar de cerveja escura com muito álcool e corpo. Como algumas imperial stouts gringas que tomamos enquanto criávamos a receita”, diz Murilo Foltran,sócio-fundador e cervejeiro da DUM.

 Foto: Estadão

10. TORMENTARótulo: Hoppy DayPreço: R$ 26,50 (600 ml) American pale ale com jeitão de IPA. No nariz, cítricos e herbais do lúpulo. Na boca, amargo impactante. Combina com chilli e tortilla.

 Foto: Estadão

11. DIABÓLICARótulo: IPA 6,66%Preço: R$ 14 (335 ml) É uma IPA bem inglesa: mais fechada, elegante. No nariz, malte discreto. Na boca, amargo fechado. Combina com bolinho de arroz.

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 Foto: Estadão

12. WAY: POR TODO LADORótulo: Double American Pale AlePreço: R$ 8,55 (310 ml, no Pão de Açúcar, leia abaixo) É uma versão da APA com o dobro de adição de malte. O resultado é uma cerveja mais encorpada, com mais dulçor, que faz um bom equilíbrio com o amargo. Ela tem uma cor bonita, meio acobreada, e espuma clara e duradoura. No nariz, os buquês herbais das cervejas com bastante lúpulo. E na boca o toma lá dá cá do amargo do lúpulo com o docinho do malte.

Cerveja boa é aquela que você encontra, compra, abre e bebe. “Nosso objetivo é levar a cerveja para situações de consumo que já existem”, resume Alejando Winocur, diretor da Way. Com isso ele quer dizer que o consumidor não precisa ir a uma loja especial: as boas cervejas da marca podem ser encontradas no Pão de Açúcar, St. Marché e Mambo. Também pensando num consumo mais corriqueiro (churrasco, mesa de amigos), a Way lançou a sua American Pale Ale (APA) em garrafa de 1 litro (R$ 19 em média). Agora, se por um lado a Way mira no público que pode estar esticando a mão para apanhar uma Heineken e muda de ideia no meio do caminho para apanhar uma APA, por outro, está de olho no cervejeiro mais cabeça com uma leva de lançamentos para maio: uma linha de sour com adição de frutas e uma cerveja refermentada com brettanomyces. Hiperativa, lançou, também, nesta semana, em colaboração com a mineira Wäls, a Vanilla Hoppy Cookie, uma imperial brown ale maturada com favas de baunilha.

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