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Bebida

Porto não quer ser 'vinho de vovôzinho'

O vinho fortificado não está nos seus melhores momentos no Brasil: ele ficou conhecido como o vinho pouco versátil e muito caro

O vinho fortificado português perdeu mercado consumidor no Brasil. Foto: DivulgaçãoFoto: Divulgação

O momento não é exatamente positivo para o Porto no mercado brasileiro. Por aqui, as vendas despencaram 40% nos últimos cinco anos. Ficou estigmatizado como “vinho de vovôzinho”, pouco versátil (para sobremesa apenas) e caro. 

Parte disso é verdade. Certos estilos custam a partir de R$ 300 em uma realidade de desvalorização cambial e de taxação de 20% de IPI sobre o preço final (contra 10% sobre os vinhos tranquilos). A coisa, como se supõe, pode soar bem mal aos ouvidos de quem quer tomar um vinho do Porto de forma descomplicada, em casa.

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No Brasil, outra questão que pesa e é amplamente discutida pelos sommeliers é que o serviço é feito de maneira errada. O vinho do Porto deve ser resfriado (a 8°C no caso dos brancos, 12°C nos Tawny e 16°C nos Vintage), o que impede que uma onda alcoólica seja detonada no nariz e na boca. Mas, lamentavelmente, é em geral mantido na prateleira com os destilados em muitos bares e restaurantes.

O vinho fortificado português perdeu mercado consumidor no Brasil Foto: Divulgação

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Pouco se sabe sobre o Porto no mundo inteiro. No aplicativo Vivino, que reúne resenhas de consumidores, os termos mais comuns relacionados a boa avaliação são “macio”, “frutado”, “charuto” e “rico”; e nas piores notas estão “álcool”, “xarope”, “oxidativo” e “açúcar”.

Fernando Seixas, responsável pelas vendas da marca Taylor’s no Brasil, diz que 90% dos Portos que se vende no País são Tawnys e Rubys de entrada, pouco complexos, diferenciados pelo preço e não pelo paladar. 

Para José Alvares Ribeiro, da Symington, Porto não tem complicação: “é preciso apenas servir na temperatura certa”.

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