Seis vinhos que vão bem com cassoulet, tradicional prato francês
A receita francesa que combina feijão branco com carnes variadas pede vinhos encorpados com boa presença de acidez e taninos para equilibrar a gordura
22 de agosto de 2018 | 19:44por Isabelle Moreira Lima, O Estado de S.Paulo
Deveria ser instituído o dia anual do cassoulet, clássico dos clássicos da cozinha francesa, com a obrigatoriedade de sua degustação, pelo menos uma vez, durante o inverno.
Natural da região do Languedoc-Roussillon, este prato de camponeses reúne em uma panela de barro (a cassole, de onde vem o nome) feijão branco, tomates, ervas e carnes variadas (que podem ser confit de pato, costelas suínas, barriga de porco e diferentes linguiças, a depender da região).
Clássico. Cassoulet do Bistrot de Paris chega à mesa na cumbuca com boa escolta Foto: Tadeu Brunelli
Os termômetros marcavam 14°C no dia em que provamos o deliciosocassoulet do Bistrot de Paris, do chef Alain Poletto – a versão de Toulouse, com confit de pato e barriga de porco (veja receita aqui). Segundo os participantes deste painel, os diretores da ABS São Paulo Guilherme Velloso e Mário Telles Jr., trata-se de um preparo “civilizado” com menos gordura.
O prato pede vinhos encorpados, com boa presença de taninos e acidez para equilibrar a gordura. E oferece certa dificuldade, uma vez que tem muitos ingredientes distintos. Velloso elegeu os vinhos. Disse que automaticamente pensou na Carignan e na Tannat. Esta última, conhecida pela adstringência, foi a campeã.
Seis vinhos para beber com cassoulet
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Foto: Felipe Rau/Estadão
Miguel Torres Carignan Cordillera Vigno 2014
Do projeto Vigno, que resgata vinhas velhas de Carignan no vale do Maule, este rótulo de Miguel Torres tem corpo médio e taninos intensos. Apesar dos 14,5% de álcool, é elegante demais para o cassoulet. Origem: Maule, Chile; Preço: R$ 111,08 na Devinum
Foto: Felipe Rau/Estadão
Chateau Pesquie Côtes du Ventoux Les Terrasses 2015
Um corte de Grenache e Syrah que é uma festa para o nariz: boa fruta, um toque floral e de ervas. Na boca é rústico e alcoólico, com doçura final. Não brilhou na escolta do cassoulet. Melhor, talvez, combiná-lo com um pato com laranja. Origem: Rhône, FrançaPreço: R$ 95 na Via Vini
Foto: Felipe Rau/Estadão
Koyle Gran Reserva Syrah 2014
Um Syrah com boa tipicidade, com suas notas de especiarias, principalmente a pimenta-do-reino, porém uma versão do novo mundo, mais leve e frutada. Um vinho bem integrado e agradável, que foi melhor com a barriga de porco que com o pato. Origem: Colchagua, Chile; Preço: R$ 73,43 na Grand Cru
Foto: Felipe Rau/Estadão
Alto de la Ballena Tannat/Merlot/Cabernet Franc 2013
Eis o campeão do painel. Sozinho, apesar de ser ladeado por castas mais elegantes, não esconde que é um Tannat. Com o prato, a sensação de rusticidade se reverte e brilha: falou de igual para igual com o cassoulet e tornou a experiência marcante. Origem: Maldonado, Uruguai; Preço: R$ 106 na Winebrands
Foto: Felipe Rau/Estadão
Domaine Paul Mas Mas de Mas Corbières 2015
Conterrâneo do prato, este Syrah/ Grenach/ Carignan, além de boa fruta, traz delicioso toque balsâmico e fica no meio do caminho entre a rusticidade e a elegância. Foi bem com todas as carnes do prato, talvez o mais democrático. Origem: Languedoc-Roussillon, França; Preço: R$ 118 na Decanter
Foto: Felipe Rau/Estadão
Casa Valduga Terroir Raízes Cabernet Sauvignon 2014
Eis aqui uma versão light da Cabernet Sauvignon. É bem frutado, tem ótima acidez e taninos muito elegantes, uma comprovação de que a Campanha é a melhor região brasileira para a cepa. Foi o que se deu melhor com o feijão do Cassoulet, em uma combinação deliciosa. Origem: Campanha, Brasil; Preço: R$ 83,78 na loja da vinícola