Reunimos numa mesma prova um lote de bebidas que foi das cervejas amargas aos vinhos doces, mas todos com uma característica em comum: sabor cítrico. Sentimos limão, laranja, tangerina, grapefruit...
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23 março 2016 | 17:47por Isabelle Moreira Lima
Nota cítrica é sinônimo de frescor, ninguém discute. Mas uma bebida que apresenta aromas ou sabores cítricos pode oferecer mais do que isso. Esta família – que engloba frutas como limão, laranja, tangerina, lima e grapefruit – é versátil na harmonização: escolta bem receitas diferentes, desde uma salada até um pato com laranja passando por um curry fumegante. Por isso mesmo, vale apostar nos cítricos em qualquer estação.
A presença de características cítricas indica ainda boa acidez no caso dos vinhos e graça no caso das cervejas, quando há ingredientes adicionados.
Juntar frescor, versatilidade, acidez e graça no mesmo copo aumenta a tal da drinkability, como dizem os cervejeiros, que pode ser traduzida como a facilidade de se beber algo.
Com a família dos cítricos como fio condutor, montamos um painel de degustação cheio de limão, laranja, lima, grapefruit e tangerina. Foram quatro vinhos e seis cervejas eleitos pela sommelière Carolina Oda e pelo especialista Marcel Miwa.
A prova contou com a presença dos dois, além da sommelière finalista do Concurso da ABS, Gabriela Sampaio, da repórter Isabelle Moreira Lima e do designer do Paladar Cleber de Campos, no Empório Alto dos Pinheiros. O resultado, que você pode conferir na galeria abaixo, traz uma seleção de garrafas que vão de R$ 16,90 a R$ 95 e inclui de cervejas amargas a vinhos doces para a hora da sobremesa.
Seleção de vinhos e cervejas com toques cítricos
1 de 10
Foto: Daniel Teixeira/Estadão
SOFIE GOOSE ISLAND (Chicago, EUA; R$ 39 no Empório da Cerveja)
Parte desta complexa belgian Farmhouse Ale matura em barris de vinho branco com raspas de laranja, que lhe dão notas cítricas. A cervejaria diz que a bebida pode evoluir até cinco anos – não é filtrada e mantém suas leveduras na garrafa. Tem espuma delicada e 6,5% de álcool. Vai bem com blanquete de vitela e lombo de porco.
Foto: Daniel Teixeira/Estadão
LA SORCIERE URBANA (São Paulo, Brasil; R$ 19 no Empório Alto dos Pinheiros)
Esta Belgian IPA mistura as leveduras belgas ao japonês lúpulo sorachi ace. O resultado é uma cerveja completa, de boa estrutura, acidez e corpo, superfresca. E, claro, uma explosão cítrica: os aromas são da casca branca da tangerina, grapefruit e laranja sobremadura. Vai bem com pratos apimentados com curry e bobó de camarão.
Foto: Daniel Teixeira/Estadão
TUPINIQUIM CITRUS BOMB (Porto Alegre, Brasil; R$ 20,90 na Doctor Beer Store)
Feita em colaboração da Tupiniquim com o cervejeiro americano Nathan Smith, esta Double IPA é bom exemplo do que está na moda: é frutada (muito cítrica) e superamarga (80 IBUS). Traz muito limão, tomilho e alecrim. Bom casamento com um curry de frango com maçã.
Foto: Daniel Teixeira/Estadão
JEAN LE BLANC WITBIER (Curitiba, Brasil; R$ 16,90 na Cerveja Store)
Esta cerveja de trigo belga é fiel ao seu estilo: tem adição de casca de laranja e semente de coentro, cujas notas são marcantes. A surpresa é o capim limão. Com 4,9% de álcool, vai bem com peixes leves, queijo de cabra e com salada de mussarela, raspas de limão siciliano e manjericão.
Foto: Daniel Teixeira/Estadão
BALLAST POINT GRAPEFRUIT SCULPIN IPAO (Califórnia, EUA ;R$ 39 no Empório Alto dos Pinheiros)
Superpremiada, esta IPA tem adição de grapefruit. Traz um amargor forte, no melhor estilo do que é celebrado hoje nos Estados Unidos, e uma lembrança marcante de bala de laranja e de limão. Perfeita com pato com laranja.
Foto: Daniel Teixeira/Estadão
DAMA BIER AMERICAN LAGER (Piracicaba, Brasil; R$ 23 no Empório Alto dos Pinheiros)
Faz sucesso desde que foi criada para a Copa do Mundo de 2014. É extremamente fresca e limpa, com baixo amargor, perfeita para quem quer embarcar no mundo do lúpulo. Seu caráter cítrico marcante e seu teor alcoólico de 4,5% tornam esta cerveja companhia perfeita para a piscina.
Foto: Divulgação
AURORA VARIETAL RIESLING ITÁLICO (Bento Gonçalves, Brasil; R$ 24,26 na Vinhos e Vinhos)
Muito floral e cítrica, esta cepa produz vinhos “magros”, que são usados no Brasil como base para fazer espumantes. Neste raro varietal, o limão domina no nariz e na boca. É um vinho despretensioso, de corpo leve e de alta acidez, que vai bem com pescados.
Foto: Gabriela Bilo/Estadão
LA PART DU COLIBRI MUSCADET SÈVRE ET MAINE SUR LIE 2014 (Loire, França; R$ 79 na De la Croix)
Aqui, há laranja-bahia, bem elegante com a casca forte, amarguinha. Além dela, aparece semente de coentro e uma boa mineralidade. Tem boa estrutura, corpo mediano, textura levemente oleosa e boa acidez, sem agressividade. Faz um bom par com um prato de ostras e com peixes de molho leve.
Foto: Gabriela Bilo/Estadão
SECRETO DE VIU MANENT SAUVIGNON BLANC 2013 (Casablanca, Chile; R$ 95 na Hannover)
Sabores e aromas tropicais, como o maracujá e o abacaxi aparecem, mas nem se comparam à presença da lima. É um belo exemplo do que a Sauvignon Blanc pode oferecer quando é bem vinificada no Chile. De corpo leve, é um bom vinho para aperitivo, com 13% de álcool.
Foto: Gabriela Bilo/Estadão
ROYAL TOKAJI ATS CUVÉE 2013 (Tokaji, Hungria; R$ 95 no Empório Húngaro)
Abra esta garrafa e será inundado por uma bela compota de laranja com damasco e pêssego em calda. A boa acidez dá a fluidez necessária para acompanhar tortas leves ou um queijo de mofo branco pouco potente. Sem falar que é um bom custo benefício para um Tokaji. Veja mais sobre a degustação aqui.
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