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Confira como foi o debate sobre a legalização dos produtos artesanais

Com auditório lotado de chefs e produtores de queijos e embutidos, ao lado de nutricionistas e profissionais da saúde, chegou-se à conclusão de que a questão é produto e não processo

'Paladar' reuniu chefs, produtores e agentes do governo para debate sobre legalização dos produtos artesanais. Foto: Daniel Teixeira|Estadão Foto: Daniel Teixeira|Estadão

O debate sobre a legalização dos produtos artesanais brasileiros promovido pelo Paladar lotou o auditório do Estadão na tarde desta sexta-feira de chefs de porte como Mara Salles, Sauro Scarabotta, Paulo Machado, Ana Massochi, Fábio Vieira, Jefferson Rueda, além de produtores de queijos e embutidos que compareceram em peso, ao lado de nutricionistas e profissionais da área de saúde. Os alimentos produzidos artesanalmente - queijos, embutidos, méis e outros - foram o foco da discussão: a maioria dos participantes defendeu a proposta de que é o produto e não os processos, que merece o foco da legislação e da fiscalização. 

A autorregulação (ou autocontrole) foi outro tema de convergência. A proposta defende que os próprios produtores mantenham registros sobre o andamento de fabricação de seus produtos e também da infraestrutura e apenas apresentem as informações à fiscalização quando necessário, como já ocorre em outros países.

'Paladar' reuniu chefs, produtores e agentes do governo para debate sobre legalização dos produtos artesanais Foto: Daniel Teixeira|Estadão

Os debatedores defenderam que é necessário ter mais política pública, menos punição, mais orientação, e principalmente empatia. O secretário do movimento Slow Food no Brasil, Jerônimo Villas-Bôas, bastante aplaudido, defendeu três parâmetros que podem ser adotados para tirar os artesanais da ilegalidade: o sistema de controle unificado em que em um único lugar ele possa ter acesso a representantes do Ministério da Agricultura, da Anvisa e de outros órgãos essenciais para a legalização de sua atividade; viabilização de unidades de produção multifuncionais, para que se produza mais de um item na mesma pequena fábrica; e informação sobre todas as regras de boas práticas e higiene com rapidez.

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O debate foi dividido em duas mesas, que discutiram os produtos sem distinção de variedade. A primeira, além de Villas-Bôas reuniu o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério de Agricultura e Pecuária, Luis Rangel; o chef d’ A Casa do Porco e produtor de embutidos, Jefferson Rueda; o secretário de Estado de Agricultura do Espírito Santo e presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Estado da Agricultura, Otaciano Neto; a especialista em regulação e vigilância sanitária da Anvisa, Laila Mouawad; o consultor de agronegócio do Sebrae de Minas Gerais, Ricardo Boscaro; e o produtor de queijo mineiro, Osvaldo Filho.

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Da segunda mesa, participaram o pesquisador e colunista do Paladar, Roberto Smeraldi; a presidente da ONG SertãoBras e blogueira do Paladar, Débora Pereira; o secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Arnaldo Jardim; o proprietário da loja de queijo A Queijaria, Fernando Oliveira; a agente de fiscalização da Covisa, Andrea Boanova; o deputado federal José Silva (MG); o presidente da Associação de Produtores do Queijo Canastra, João Leite; o chef e produtor de embutidos Dëlika e Kod, Bruno Alves; e João Gustavo, responsável pelo SISP na Secretaria de Agricultura de São Paulo.

Confira a íntegra do primeiro painel:

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Assista ao segundo painel:

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