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Comida

Harmonia a seis mãos

Por Cibele Freire


A harmonia de Henrique Fogaça, Manoel Beato e Gabriela Monteleone
. Foto: EstadãoFoto: Estadão
A harmonia de Henrique Fogaça, Manoel Beato e Gabriela Monteleone  Foto: Estadão

O nome da aula era Duelo de Harmonização, mas o clima foi de absoluta cooperação. Henrique Fogaça propôs cinco pratos do seu restaurante, o Sal Gastronomia, e os sommeliers Gabriela Monteleone e Manoel Beato se encarregaram de escolher vinhos para realçá-los.

Para não ter briga, ele trouxe somente vinhos tintos, quase todos da Borgonha. Ela serviu brancos, a maioria deles biodinâmicos e provenientes do Vale do Loire.

Quebrar antigos conceitos, como o que dita servir somente tintos com carne vermelha, foi a proposta da aula. “Não há um só tipo de vinho para determinado prato, existem vários deles. Da mesma maneira que um rótulo pode acompanhar muitas receitas”, disse Beato, sommelier do grupo Fasano.

Para o siri mole em crosta de farinha panco com tomate concassé, cebola, tomilho e hortelã, Gabriela oferece o Anjou Les Noels de Montbenault 2007, de Chenin Blanc. A escolha de Beato foi o Pinot Noir Dominique Laurent Bourgogne Cuvée MCMXXVI 2008.

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A salada de shitake, aspargo, vagens, creme de queijo e parmesão, servida na sequência, ganhou companhia de um Pinot Noir da Alsácia chamado Hugel, por sugestão de Manoel. Segundo ele, a uva tem acidez ideal para penetrar a gordura do queijo. Monteleone trouxe o Jerez Amontillado Principe de Barbadillo.

O terceiro prato, uma burrata com tomate e pesto de rúcula descrita por Fogaça como refrescante, veio com o Sauvignon Blanc Touraine 2005 por indicação de Gabriela. Seu “oponente” ficou com o Beaujolais Morgon 2010.

Guarnecido por geleia de alfazema, a costela de porco marinada na cachaça ganhou companhia do tinto Clos du Tue-Boeuf Cheverny 2009, proveniente do Vale do Loire e com forte presença de uva Gamay. “Um vinho mais seco para fazer contraposição à geleia”, explicou Manoel. Com alma de tinto, como disse Monteleone, o branco da vez foi o Sauvignon Blanc Quartz Le Caillou du Paradis 2006.

O último prato era uma torta quente de morango, amora, framboesa e blueberry com creme inglês frio. Beato escolheu um vinho com doçura que acompanhasse a da sobremesa e entregou um Pinot Noir de nome Abafado Molecular 2009, da região da Bairrada. Gabriela sugeriu o Jasnieres Kharaktêr 2005, produzido com Chenin Blanc.

No fim da aula, o resultado do placar entre os sommeliers ficou empatado. Quem saiu ganhando de verdade foram os presentes, convidados a entrar no palco e se servir das muitas garrafas ainda abertas, num delicioso clima de wine bar.

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