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Comida

Hoje é dia de comer romã

Costume aprendido com os portugueses ensina a comer nove grãos de romã no Dia de Reis e guardar três deles na carteira durante o ano todo para atrair fortuna

Cheia de grãos, a romã é símbolo de fertilidade e riqueza. Foto: Karsten Moran|NYTFoto: Karsten Moran|NYT

Hoje é Dia de Reis e - como aprendemos com os portugueses - dia de comer romã. Símbolo de fartura e fertilidade, a fruta que tem uma coroa no topo entra em cartaz em duas ocasiões no Brasil: a noite de Ano-Novo e o Dia de Reis, 6 de janeiro. Na passagem do ano ela divide espaço com uvas, uvas-passas e frutas secas, todas com a mesma fama de atrair sorte e riqueza. Mas no Dia de Reis, brilha sozinha: para garantir fortuna, deve-se comer nove grãos de romã (coma quantos quiser, a fruta é deliciosa, mas os primeiros nove têm de ser separados). O importante é reservar três grãos, lavar e secar bem, envolver em filme plástico e guardar na carteira durante o ano todo.

Cheia de grãos, a romã é símbolo de fertilidade e riqueza Foto: Karsten Moran|NYT

A romã não é uma fruta popular no Brasil. Difícil de achar, é cara e trabalhosa de comer: é preciso desprender os grãos da película que envolve o interior da fruta, primeiro cortando a romã em gomos para poder retirá-los com uma faca afiada ou colher. O trabalho requer uma habilidade que não herdamos de nossos antepassados, como os iranianos, sírios, indianos e habitantes de todo o Oriente Médio, onde a árvore baixinha e que dura centenas de anosé abundante - a longevidade é outro motivo para seu sucesso no Ano Novo.

Originária do Irã, a Punica granatum já era conhecida pelos egípcios, e na Antiguidade tinha popularidade entre gregos e romanos. A fruta chegou até Índia e China e se espalhou por toda a região mediterrânea. A cultura judaica tem várias referências à romã, entre elas a garantia dada ao povo por Moisés, de que a fruta, que tinha sido deixada para trás, seria encontrada na Terra Prometida. Daí a razão da presença da romã à mesa nas festividades judaicas. A fruta chegou à América com os navegadores espanhóis e no século 18 já era cultivada na Califórnia.

O sabor ímpar, doce, ácido e com um toque levemente adstringente do grão, cuja cor varia do branco translúcido ao vermelho vinho, compensa o trabalho de extração. Mas a romã ainda é coisa rara por aqui - uma pena, pois, além de ser ótima fresca, rende sucos, é a base do grenadine (o xarope concentrado muito usado na coquetelaria), vai bem na confeitaria e muito bem na cozinha salgada (a culinária do Oriente Médio tem dezenas de receitas salgadas com a fruta). No fogo ela perde a graça, então costuma ser adicionada fresca, in natura, aos pratos salgados. As melhores romãs para comer são as do tamanho de uma laranja.

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Refrescante, a salada leva lentilhas, arroz selvagem, arroz vermelho e romã Foto:  

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