Livro do Maní é beleza transposta do prato para o papel
Não dá para dizer que o livro Maní é um livro de receitas. É um livro de arte – que trata do universo da comida e do restaurante. Fotos escandalosas de pratos, ilustrações a partir de anotações dos chefs, imagens de grafites que Helena Rizzo fazia nas paredes de sua antiga casa em São Paulo, diagramação elegante que brinca com fotos e desenhos, flagras dela e de Daniel Redondo caçando ingredientes em fazendas e mercados, tudo impresso em papéis de texturas e cores variadas.
Prestes a completar dez anos, em 2016, o restaurante Maní lança seu primeiro livro contando histórias, antes de contar receitas. Elas também estão lá, mas só chegam depois de você entender o que fez a casa nascer, a partir de uma trupe de gaúchas (Helena e suas amigas e sócias Fernanda Lima e Giovana Baggio) unida a dois “estrangeiros”, o catalão Daniel Redondo, então namorado de Helena, e o paulistano Pedro Paulo Diniz.
Pedro sugeriu que a casa se chamasse Annapurna – e, para demovê-lo, Helena lembrou de ter lido num dicionário tupi a lenda da menina Maní, em cujo túmulo nasceu um pé de mandioca.
Polvo na brasa com batata-doce e cebola-roxa. FOTOS: Romulo Fialdini/Divulgação
Helena Rizzo
No início, o lugar tinha mais influência da vanguarda espanhola, da cozinha tecnoemocional, já que Daniel havia passado 13 anos no El Celler de Can Roca, onde conheceu a então estagiária Helena – Joan Roca, inclusive, é quem assina a apresentação do livro. Mas, ao longo dos anos, enquanto cavava grande reputação internacional, o lugar ia se tornando mais brasileiro, com pesquisa de ingredientes e relação estreita com fornecedores, alguns retratados no livro.
Sopa de ervilha
Maní
Autora: Milly Lacombe
Editora: DBA (302 págs.)
Preço: R$ 180
Lançamento: dia 16/12, às 19h, na Livraria Cultura do shopping Iguatemi
>> Veja a íntegra da edição de 10/12/2015
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