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Comida

Mineiro baiano de alma

Mineiro baiano de almaFoto:

Foto: Leonardo Soares/AE

Edinho Engel é o chef articulador do Paladar – Cozinha do Brasil. Dê a ele uma faca e um queijo e em poucos minutos terá criado uma receita, arrumado a mesa, lavado a louça e ordenado a despensa, discursando com tanta clareza e convicção sobre a importância da faca e do queijo e da mão que você vai desejar que esses minutos se multipliquem em horas. Esse mineiro de Uberlândia foge à regra: vai direto ao ponto, sem enrolação, é aquele que liga as pontas e apaga a luz. Chef dos restaurantes Amado, em Salvador, e Manacá, em Camburi, litoral paulista, Edinho está radicado há décadas na Bahia e é simbolicamente (e na prática) um chef baiano. Além de explorar ingredientes locais, em ambos os restaurantes faz uma cozinha com gosto de mar. “Na década de 1980 eu ia para Camburi e vendia café da manhã para surfistas. Em 1988 abri o Manacá, não sabia nada de mar”, conta. Edinho participa do evento desde sua primeiríssima edição, em 2006 – quando passou três dias na cozinha com Mara Salles e Alex Atala. Em 2008, por sugestão do Paladar, fez par com o chef e pupilo Paulinho Martins (que mora em Ilhéus). A parceria deu tão certo que se repetiu mais duas vezes. Em 2011, foi a vez de Edinho se debruçar sozinho em cima da pesquisa sobre os diversos tipos de feijão. Neste ano, não por acaso, fará uma aula sobre arroz. “Estou desenvolvendo vários pratos e a ideia, como fiz com o feijão, é fazer diferentes combinações. É mostrar que tem arroz bom pra carne, pra canjica…”, revela. Ainda neste ano, o chef vai se arriscar em uma nova dupla por sugestão do Paladar: ele e o expert em cozinha capixaba Juarez Campos vão mostrar como peixes considerados “pobres” podem conceber pratos ‘nobres’. Quem conhece Edinho e não sabe de seu passado nem imagina que ele quase fez uma carreira promissora na área de planejamento do metrô de São Paulo. Um dia, pediu demissão e foi vender pão de queijo, broa e outras quitandas nas ruas, com um amigo. “Era como se hoje você saísse de uma empresa como a Petrobrás e virasse vendedor ambulante”, lembra Edinho. Para alguém que vendia quitutes, virar chef de dois restaurantes com acento litorâneo é uma grande guinada, não? “Ando resgatando essa saudade. Essas quitandas são meu fascínio. Ainda vou abrir uma lojinha”. Talvez haja mais mineirice nesse novo baiano do que se imagina.Por Nana Tucci

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