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Comida

Nem bacalhau nem borrego. Lampreia

Lampreia cozida em seu sangue, com vinho verde tinto e arroz (Foto: Janaina Fidalgo/AE)

Nem bacalhau nem borrego. LampreiaFoto:

Dois dias atrás bateu um desejo profundo de comer arroz de lampreia. Não que eu estivesse com saudade do sabor, porque nunca havia provado. Mas é que há certas pessoas que têm uma capacidade de, ao descrever uma comida, despertar uma vontade profunda. E assim foi com a lampreia depois de um comentário de Teresa Martins, da Quinta dos Termos, em Belmonte (Portugal), sobre o prato feito com o peixe, seu sangue e vinho verde.

Fiz uma anotação mental, porque um dia haveria de provar essa tal “enguia” que mais parece uma cobra. Só não imaginei que meu pensamento estava tão forte. Hoje acabei, sem querer, indo parar num restaurante em Celorico da Beira em que havia lampreia. Estávamos à procura do borrego, como aqui é chamado o cordeiro. Mas quem há de querer borrego diante de uma lampreia desconhecida?

Quando o arroz de lampreia chegou, todos correram para espiar e fotografar. Mas a empolgação acabou rápido, digamos que depois da segunda ou terceira garfada. Foi rejeição quase total: 4 a 2. Fui uma das que gostou e comeu até o fim. Mas é certo que é um prato meio difícil. Tem sabor forte, meio amargo. O arroz cozido naquele caldo farto e escuro é melhor que a lampreia em si, mas a carne tem também sua graça. Como disse um colega, lembra o sabor forte da sardinha. Eu diria que ela sabe àquela parte escura da sardinha elevada à décima potência.

No vídeo abaixo Pedro Trindade, do restaurante Dragão, onde a lampreia foi provada, fala sobre o preparo do prato.

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