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Comida

No tapetão, a Patrícia empatou com o pato

Toda quarta-feira, depois do fechamento do Paladar, às 14h50, a equipe vai para a cozinha de teste e almoça. Cada um traz uma coisa – você ficaria surpreso como, no geral, somos light – e comemos e falamos sobre comida, que é o que fazemos quase o tempo todo.

No tapetão, a Patrícia empatou com o patoFoto:

No almoço de ontem, um dos pratos do menu era a terrine de foie gras da Patrícia — que deu errado, “muito errado”, como você pode ler no texto “Dois a zero para o pato. Por enquanto“, que saiu na edição desta quinta, 10.

Cá entre nós, aqui nos bastidores, a história foi um drama. Deixa eu contar um pouco como foi.

Na segunda, estávamos definindo como seria a edição e a Patrícia teve a ideia de fazer uma terrine de foie gras no Prato do Dia, a coluna semanal com receitas selecionadas e testadas por ela. No calor da discussão da lei que proíbe a produção e comercialização do foie gras em São Paulo, dar uma receita no Prato do Dia era uma forma de marcar a posição do Paladar: a favor da comida, sempre.

Como fechamos na quarta de manhã, e precisava testar a receita, fazer a foto, riscar a página, tudo foi corrido. À noite, ela ligou para alguns supermercados, achou o foie gras com o melhor preço (na Casa Santa Luzia) e pediu para o cara que atendeu o telefone se ele não poderia deixar um pedaço fora do freezer, porque o fígado tinha que descongelar até a manhã seguinte, quando ela poderia passar lá e pegá-lo.

Na terça, ela pegou o foie gras, fez a terrine e trouxe, à tarde, para o jornal. Não eram as condições ideiais — a terrine precisa de um tempo de descanso –, mas era o que dava para fazer. A Néia, que estava cuidando da foto, foi para o estúdio levando a terrine e, de lá, ligou: “Não rola”. Estava feia, caindo aos pedaços, horrível, cruz-credo”.

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FOTO: Fernando Sciarra/Estadão

Acontece que no nosso almoço, na quarta-feira, resolvemos encarar a terrine errada. E foi assim, no tapetão, depois que as páginas já estavam na gráfica, que o placar mudou. De dois a zero para o pato, empatou (rá!) em um a um: a terrine estava deliciosa. Rosada, saborosa, delicada, faltou só um tiquinho de sal e talvez uma pitada de pimenta. Todo mundo comeu, se fartou, repetiu, elogiou.

“- E é super fácil de fazer”, disse a Patrícia, tentando disfarçar o orgulho de sua terrine e da virada no placar.

Difícil é desembolsar os R$ 287 por quilo do foie — e o valor de uma garrafa de bom vinho do Porto e de excelente conhaque, nos quais o fígado fica marinando. E nesse caso, atenção, porque economizar em qualquer um dos ingredientes aqui é besteira. Afinal, caro, mesmo, é estragar o foie usando conhaque vagabundo.

>> Veja a íntegra da edição do Paladar de 10/10/2013

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