Por Nathália Butti
Foi em clima de aconchego que os participantes do Paladar - Cozinha do Brasil 2011 ouviram a aula de Heloísa Bacellar. Ela relembrou sua participação, ainda criança, em uma matança de porco e de como as famílias de antigamente, sem geladeiras, conservavam as carnes: cortavam em pedaços, limpavam, adicionavam sal e enlatavam, cobrindo com banha gelada – a ideia era dificultar qualquer evaporação, o que manteria a carne seca e conservada.
As memórias de infância da chef continuaram a dar o tom na segunda parte da aula. Depois de ter contado que cresceu comendo farofa todos os dias, ela apresentou três tipos de farinha de mandioca: d’água, biju e nordestina e também a farinha de milho para preparar quatro versões dessa paixão brasileira.
“O bacana da farofa é que ela tem um milhão de possibilidades, o céu é o limite”. E provocou risos ao sugerir ocasiões de preparo: “Tocou a campainha, chegou alguém inesperado em casa? Joga mais uma lata de milho lá.”
Helô lembrou que é preciso ter cuidado para dosar o sal na receita, já que a farinha tem grande poder de absorção. Alertou também que, apesar da facilidade do preparo, é preciso atenção com a temperatura, pois o cheiro da farinha queimada é poderoso e pode contaminar todo o resto. A dica final, antes de forrar o estômago da platéia, foi a de acrescentar a manteiga por último na panela. Se os grãos da farinha forem envolvidos por camadas de gordura, podem não receber a água que vai amolecê-los.
Para terminar, falou da paçoca, que pode ser feita de carne seca, lagarto ou‘até com aquele pedacinho de linguiça que sobrou da janta passada’. E já que a ideia é agregar, ela convocou os ouvintes para socarem a farinha da paçoca no pilão.
Além do blog do Paladar, você também pode acompanhar as aulas do Paladar – Cozinha do Brasil pelo Twitter, Facebook e ver fotos no Instagram do Paladar (programa de fotos do iPhone).