Ingredientes orgânicos e caipiras que ficam 72 horas na panela cozinhando lentamente viram oito tipos de caldo – carne, mocotó, frango caipira, peixe, leitão caipira, pato, legumes e alho – e fazem a fama de Pat Feldman.
Orgânico. Pat dá preferência a produtos orgânicos e caipiras. FOTOS: Clayton de Souza/Estadão
A culinarista, pesquisadora e criadora do projeto Crianças na Cozinha, é celebridade entre aqueles que buscam comida que passe longe da indústria. Os caldos são vendidos em embalagens de 320 ml de R$ 15 a R$ 18 – e todas as receitas estão disponíveis em seu site.
Pat descobriu que muita gente tinha vontade de usar caldos caseiros mas não tinham tempo ou paciência para executar o passo a passo, que é longo.
Ela chegou à base do caldo por caminhos tortuosos: foi a dificuldade para amamentar o primeiro filho, hoje com dez anos, que fez Pat encontrar a Weston A. Price Foundation, instituição americana que liga alimentação à saúde. Lá, descobriu a receita de caldo de carne e ossos para bebês. “Quando olhei aquela receita com pé e canela de boi achei a esquisita. Mas a pediatra disse que, embora não conhecesse a ideia, não via nada ali que fizesse mal ao bebê.”
Anos mais tarde, filho crescido, fazer caldos virou negócio. Ela usa a receita como base de seus pratos e até de cursos – já ensinou a fazer esse caldo até em fogareiro de duas bocas. “Para cozinhar, você só precisa de fogo, colher de pau e panela”.
O lema de Pat é “cozinha de verdade”, o que significa fazer tudo do zero, com bons ingredientes. Foi esse lema que a levou para as conservas fermentadas, pelas quais se apaixonou (e que também vende). Sua mais recente obsessão são as linguiças. Caseiras, claro. “Tive de aprender a fazer porque não dava mais para comer a industrializada. Quando se começa a cozinhar do zero, é um caminho sem volta.”