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Quem resiste a um torresminho?

No Paladar de amanhã vamos falar de um assunto que pode gerar controvérsia. Nada que não se resolva diante um prato de torresmos sequinhos e crocantes.

Dona Dega. Foto: Felipe Rau/AEFoto: Felipe Rau/AE

Com seu avental impecável, colar com medalha de Nossa Senhora Aparecida e os cabelos brancos alinhados, d. Dega, mãe da chef Mara Salles, recebeu a equipe do Paladar na cozinha do Tordesilhas, para contar como preparava o torresmo na época que morava numa fazenda em Penápolis, no interior de São Paulo.

Dona Dega. Foto: Felipe Rau/AE

“Matávamos dois porcos de uma vez e aproveitávamos todo o animal. Minha mãe colocava a pele e as carnes num tacho grande com banha para confitar. Era nossa maneira de preservar a carne na roça”, conta d. Dega, com um sorriso saudoso no rosto.

A pele saía do tacho amolecida e, quase sempre, era companhia perfeita para o arroz e feijão. Também era usada para fazer o codeguim, embutido feito com pele e carne de porco moídas.

A pele também era preservada no toucinho. “Nesse caso, uma manta de carne era salgada e pendurada na dispensa para secar”, diz d. Dega, que cortava o toucinho aos poucos e usava para começar quase todos os preparos no fogão. Com a banha fazia o arroz. E o toucinho virava mistura.

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Para fazer os torresmos, d. Dega separava as papadas e a barriga e fritava os nacos mantendo uma camada de carne. “Não é como a Mara faz hoje, bem sequinho, só com a pele”, explica a cozinheira, que aprova a versão da filha e por muito tempo fez os torresmos servidos no restaurante. “O difícil é resistir a essa tentação”, diz d. Dega, depois uma mordida barulhenta num torresmo.

Torresmos do Tordesilhas. Foto: Felipe Rau/AE

Quem resiste a um bom torresmo? Amanhã, você lerá, é tudo uma questão de gosto. Ou seria de pele?

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