Com ele já redigido, o prefeito Fernando Haddad reuniu nesta quarta-feira, 16, em seu gabinete representantes do setor da gastronomia – tanto aqueles associados à comida de rua, como André Mifano, do restaurante Vito, Rolando Vanucci, do food truck Rolando Massinha, e Maurício Schuartz, da Feirinha Gastronômica – como aqueles ligados a restaurantes, bares e padarias, como Antero José Pereira, presidente do Sindicato da Indústria da Panificação.
A ideia da reunião era apresentar o texto da regulamentação e ouvir críticas e sugestões para que a equipe responsável pela redação do decreto possa reelaborar trechos para a aprovação final na semana que vem.
Ilustração: Vapor324/Estadão
O ponto que mais levantou polêmica foi o valor da autorização para o veículo que for vender comida pelas ruas. A proposta original era de que, para ter o termo de permissão de uso (TPU),o dono do veículo deveria pagar de R$ 700 a R$ 900 por mês.Até Haddad achou muito caro. A proposta de valor foi apresentada por técnicos.“Hoje, uma van de hot dog deve pagar R$ 1.100 por ano para poder circular. E muitos já não pagam porque acham caro demais!”, disse Rolando Vanucci, do food truck Rolando Massinha.O valor será revisto.
Haddad afirmou que a ideia é ir acompanhando o movimento para fazer constantes reavaliações. “Vamos começar devagar, com parcimônia, para não estragar uma boa ideia. Vamos dar uma largada com poucos TPUs”. Ou seja, embora não tenha precisado o que é “pouco”, a ideia é conter a quantidade de veículos autorizados a funcionar como food truck num primeiro momento.
Outro ponto de tensão é a tentativa de definiruma distância mínima entre um food truck e um estabelecimento tradicional que venda o mesmo tipo de comida – uma reivindicação dos presentes que representam estabelecimentos convencionais preocupados com a concorrência desleal dos food trucks, que, tendo uma estrutura reduzida, poderiam praticar um preço bem menor.
A primeira dificuldade foi estabelecer o que é o mesmo tipo de comida. A segunda, foi definir qual seria uma distância mínima possível dentro de um contexto em que os tamanhos de quadras, por exemplo, variam muito.
O prefeito sugeriu que a cada três meses os representantes do setor se reencontrem ali no gabinete para avaliar como estão as coisas.