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Restaurantes e Bares

Chef franco-suíço Benoît Violier é encontrado morto em sua casa

Polícia fala em suicídio. Restaurante do chef, na Suíça, foi eleito o melhor do mundo pele ranking francês La Liste em dezembro

O restaurante comandado por Benoît Violier foi eleito o melhor do mundo pelo ranking francês La Liste em dezembro. Foto: Michel Euler|APFoto: Michel Euler|AP

Benoît Violier, o chef franco-suíço de 44 anos que ganhou renome na gastronomia mundial dirigindo o restaurante do Hôtel de Ville na pequena cidade de Crissier, na Suíça, foi encontrado morto em sua casa neste domingo, 31. Segundo a polícia, ele teria usado uma arma de fogo para cometer suicídio. 

Em dezembro, seu restaurante foi eleito o melhor do mundo pela primeira edição do ranking francês La Liste, que classificou 1.000 restaurantes em 48 países. Na ocasião, em entrevista ao New York Times, o chef disse que sentia "forte responsabilidade por ser nomeado o número um" e que a chave para o sucesso do local era a consistência. Premiada, a casa já carregava três estrelas Michelin há mais de duas décadas. 

O restaurante comandado por Benoît Violier foi eleito o melhor do mundo pelo ranking francês La Liste em dezembro. Foto: Michel Euler|AP

Violier era conhecido por ser perfeccionista e atencioso na cozinha. Ele nasceu em La Rochelle, cidade litorânea no oeste da França, em uma família de produtores de vinho. Trabalhava no Hôtel de Ville desde 1996, mas foi em 2012 que assumiu a casa ao lado de sua mulher, Brigitte. 

Caçador, era especialista no preparo de carnes de caça e preferia usar produtor locais e sazonais em sua cozinha clássica francesa. Entre seus pratos, carne de porco glaçada com vinho madeira e trufas negras; frango assado com alho-poró e trufas; e mariscos servidos vivos na concha com um delicado molho velouté.    

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Há seis meses, Violier perdeu seu mentor, o chef suíço Philippe Rochat, chef e proprietário do Hôtel de Ville que dirigiu a cozinha de 1997 a 2012. Ele morreu enquanto andava de bicicleta, aos 61. Segundo a imprensa francesa, a morte teve grande impacto em Violier. Também em 2015, o chef perdeu seu pai, que sofria de Alzheimer. Em setembro, disse em entrevista a uma revista suíça: "(Meu pai) morreu no dia 8 de abril, exatamente três meses antes de Rochat partir. Em semanas, em perdi os meus dois pais". 

Restaurante do Hôtel de Ville, em Crissier, na Suíça. Foto: Cyril Zingaro|EFE

Segundo o Telegraph e o New York Times, Violier, conhecido por sua discrição, estava passando por dias difícies nos últimos tempos, perturbado pelas novas edições de guias gastronômicos. A família não confirma as especulações.  

A morte do chef reacendeu a discussão sobre o excesso de pressão no mundo gastronômico. Em 2003, Bernard Loiseau, chef e proprietário do Côte d'Or, restaurante três estrelas Michelin na Borgonha, tirou a própria vida com um rifle de caça, aos 52 anos, após seu restaurante ter perdido pontos no guia Gault & Millau. Em abril do ano passado, Homaru Cantu, do estrelado Moto em Chicago, se enforcou aos 38 anos. 

Violier, que havia sido eleito chef do ano pelo prestigiado guia Gault & Millau em 2013, era esperado na cerimônia do guia Michelin francês nesta segunda (apesar seu restaurante não entrar na lista). A cerimônia começou com um minuto de silêncio em sua homenagem. 

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Ele deixa a mulher Brigitte e Romain, filho de 12 anos. 

Chefs e admiradores prestam homenagem a Benoît Violier. Foto: Cyril Zingaro|EFE
Velas e flores são deixadas em frente ao restaurante Hôtel de Ville. Foto: Cyril Zingaro|EFE

O ranking La Liste, criado pela França em resposta ao 50 Best, da revista britânica Restaurant, traz em primeiro lugar o Hôtel de Ville e em segundo o Per Se, restaurante do chef Thomas Keller, en Nova York, que recentemente recebeu uma pesada crítica negativa no New York Times.

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