FOTO: Felipe Rau/Estadão
Você não parece surpresa com a premiação, já sabia? Desde quando? Ah, sabe como são essas coisas… eles avisaram há três semanas. Já baixou a bola…
E você aguentou quietinha? Não deu vontade de sair contando pra todo mundo? Não, fiquei é com vontade de virar tatu-bola (risos). Mas eu não podia falar mesmo.
Como está se sentindo? Feliz, né. É um reconhecimento do nosso trabalho. Mas esse prêmio não é meu, é de todo mundo que trabalha aqui, de toda a equipe do Maní, e do Dani, muito do Dani (Daniel Redondo, seu marido e parceira na cozinha do Maní). A gente tem orgulho do que faz, então é muito legal ver que existe um reconhecimento. E acho também que é bom para a comida brasileira, para a cozinha brasileira.
O prêmio te inspirou de alguma forma na cozinha, deu vontade de fazer alguma coisa nova? Me deu muita vontade de continuar fazendo o que eu faço. É nesses momentos, do prazer de fazer as coisas do jeito que a gente faz no dia a dia, que a gente tira a felicidade. E é isso o que vale. Mas eu estou sempre pesquisando e criando alguma coisa, sempre a gente tem mil ideias e fica testando.
O que está pesquisando no momento? Ah, agora estamos animados com o forno novo de defumação. Estamos experimentando uma sardinha defumada e um quiabo na brasa, que estão bárbaros. Mas ainda estamos testando, vendo.
Porque você acha que foi eleita a melhor chef mulher do mundo? Há alguns anos a gente vem trabalhando bem e vem recebendo retorno positivo, a gente tem conseguido sensibilizar e agradar as pessoas, não todo mundo, é claro. Mas acontece muito de chegar alguém na cozinha com lágrimas nos olhos, emocionado com a comida. E a gente chora junto, claro… E isso é incrível. Mas tem tanta gente boa no Brasil. E aqui a gente tem uma vantagem, não existe esse negócio de discriminação de mulheres na cozinha, nunca teve – bem, no meu tempo nunca teve – aqui as mulheres não tem essa barreira para superar, ela já foi superada, o que é ótimo.
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