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Restaurantes e Bares

Maní: Surpresas, sempre; sustos, jamais

CRÍTICA

Maní: Surpresas, sempre; sustos, jamaisFoto:

Se o D.O.M. representou um corte, uma ruptura na gastronomia nacional, a chegada do Maní foi, à sua maneira, também revolucionária. Poucos restaurantes trouxeram ao panorama local tanto frescor, tanto senso de liberdade. Helena Rizzo e Daniel Redondo conseguiram balancear, de forma admirável, Brasil e Espanha, simplicidade e inventividade, conceito e sabor, rigor estético e apetite. Nada no trabalho dos chefs é gratuito, aleatório. Tudo é a serviço da melhor experiência à mesa. Quantos restaurantes são tão prolíficos na elaboração de ótimos pratos, na composição de menus leves e inteligentes? Eu diria que são raros, inclusive no exterior.

Jamais fiz ali uma refeição que, no mínimo, não tivesse sido muito boa. Uma regularidade que assombra, especialmente se considerarmos que a manutenção de um padrão (em alto nível, especialmente) é um dos grandes problemas dos restaurantes brasileiros. E não me refiro apenas à capacidade de entregar pratos com quase nada de oscilações, de percalços. A dupla Rizzo/Redondo é de um notável equilíbrio também na criação, na proposição de novidades, na releitura de receitas. Fluidez e harmonia, no entanto, são qualidades que não ficam confinadas à cozinha.

O Maní descobriu um jeito de atender e servir que é charmoso, altivo, mas também descomplicado. Não existem salamaleques, mas nem por isso falta seriedade. O serviço de vinhos, por sua vez, liderado pelo sommelier Felipe Barreto, deixa muito claro que a boa fruição da bebida e a sensibilidade na escolha da garrafa certa estão acima das formalidades. Se o restaurante é badalado, bem frequentado, isso parece ser consequência do essencial: o prazer gastronômico. Do Maní, esperam-se surpresas. Mas, sustos, jamais.

>> Veja todas as notícias da edição do Paladar de 2/5/2013

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