Por 40 anos, o chef Bernard Vaussion esteve à frente da cozinha do Palácio do Eliseu, sede do governo francês. Entre inúmeras receitas, seis presidentes degustaram seus pratos. Agora, ele pendura o avental e dá lugar a Guillaume Gomez, de 35 anos, que conta com uma experiência de 17 anos na culinária francesa.
Bernard Vaussion. FOTO: AFP
Bernard Vaussion e Guillaume Gomez. FOTO: AFP
O veterano comandava uma equipe de 20 pessoas em uma cozinha de 500 metros quadrados repleta de panelas de cobre – algumas datadas do século XIX, época em que o rei Louis Philippe comandava o país.
Vaussion aprendeu a cozinhar com sua mãe, também cozinheira. Para ele, todos os presidentes eram amantes da comida, mas “o Sr. (Jacques) Chirac tinha um apetite um pouco mais sofisticado”.
A última refeição preparada por ele foi servida nesta quinta-feira, 31. O presidente François Hollande pôde desfrutar o menu que contava com caranguejo com salsão, medalhão de filé com cogumelos e um mil-folhas de framboesas. “Não há muita coisa de que ele não gosta. É alguém que gosta de comer”, comenta o chef que cozinhou para Hollande durante 17 meses.
Vaussion avalia que a culinária francesa tem se modificado nos últimos 15 anos. Para ele, essa mudança é refletida no desuso de ingredientes luxuosos e foco na cozinha simples. Desde que Sarkozy estava no poder, auditores estaduais supervisionam os gastos da presidência com comida e bebida. “A comida é mais leve. Existem menos pratos com molhos e mais coisas a vapor. Ingredientes de luxo desapareceram, como trufas e lagostas”, explica o chef.
No que diz respeito aos pratos favoritos dos chefes de estado, Vaussion prefere manter a discrição. “Nós tentamos evitar as discussões dos favoritos. Caso contrário, será servida a mesma refeição em todos os lugares que visitar”.
/ com informações da Reuters