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Restaurantes e Bares

Restaurantes de São Paulo sofrem com a greve dos caminhoneiros

Chefs estão armazenando itens frescos e preparando só o necessário para o dia; alta do preço da batata é uma das reclamações

Nhoque de batata pode vir a faltar em restaurantes como o Friccò, com a alta do preço do tubérculo. Foto: Felipe Rau|EstadãoFoto: Felipe Rau|Estadão

O programa preferido do paulistano pode ser prejudicado neste fim de semana. A greve dos caminhoneiros que chega ao quinto dia nesta sexta (25) já afeta o fornecimento de ingredientes nos restaurantes. Em muitas casas da cidade já faltam produtos básicos como cebola e batata, conforme relatado por chefs. 

A principal reclamação é em relação aos ingredientes frescos, como hortifrúti. O Ceagesp disparou um comunicado na noite desta quinta (24) informando que boa parte dos alimentos provenientes de outros Estados estavam em falta e que o mercado de verduras e hortaliças do entreposto operava com 50% da sua capacidade. 

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Os chefs descartam fechar as portas temporariamente, mas já estão se mexendo para se adaptar com o que têm no estoque. Edson Yamashita, do japonês Ryo, aposta na conservação dos alimentos já comprados: "Nós estamos nos virando, praticando algumas técnicas de armazenamento de produtos frescos". Luiz Filipe Souza, do italiano Evvai, também já tomou algumas medidas: "Estamos segurando as produções de caldos e bases, a fim de esperar os próximos passos da situação, produzindo apenas o necessário para o dia".

Nhoque de batata pode vir a faltar em restaurantes como o Friccò, com a alta do preço do tubérculo Foto: Felipe Rau|Estadão

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No Maní, a chef Helena Rizzo adiantou as compras e estocou produtos importantes. Mas alguns fornecedores já estão avisando por e-mail a possibilidade de faltarem ingredientes, contou. 

Quem tem estoque grande está mais seguro, já quem trabalha com entregas diárias é mais prejudicado. Rogério Fasano garante que em São Paulo tudo se mantém normal, devido à grande estrutura das suas casas (como Fasano, Gero e Parigi), já no Rio de Janeiro a preocupação é bem maior e alguns pratos podem ficar de fora do menu de casas como Fasano Al Mare, afirma o restaurateur. 

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A falta de batata é a principal reclamação entre os chefs. Luiz Filipe conta que o preço já triplicou. "Mas precisamos comprar mesmo assim, pois não pode faltar." Já Marcos Livi, dono de várias casas na cidade como a pizzaria Napoli Centrale e a hamburgueria C6, cancelou o pedido que chegaria nesta sexta (25) devido ao aumento abusivo do preço do tubérculo. "Não compramos absolutamente nada que trouxe preços abusivos e informamos nossos clientes na hora."

O italiano Sauro Scarabotta, do Friccò, fez o mesmo e disse que, assim que acabar o nhoque que tem pronto, vai tirar o prato do cardápio até as coisas voltarem ao normal. 

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No Più, um dos itens que podem faltar com a greve dos caminhoneiros é a burrata, que vem de Minas Gerais Foto: Tiago Queiroz|Estadão

No Più, restaurante italiano no Baixo Pinheiros, a entrada de maior sucesso da casa já corre riscos no jantar: a burrata, que é defumada na mesa, vem de Minas Gerais e não foi entregue nesta semana. As folhas também podem ser um problema, caso não cheguem nesta sexta conforme previsto. Scarabotta pondera: "Mas com este clima vende-se pouca salada. Se faltar algumas folhosas, não vai ser um problema."

Outra casa que sofre com a falta de laticínios é o Terço, na Vila Nova Conceição: "Vamos ficar sem creme de leite fresco e, então, vamos ter que comprar no supermercado, de outra marca e com preço superior", prevê o chef Luis Gustavo Moraes. 

E não são só restaurantes que sofrem com a greve. A Deli Garage, padaria que fica na Vila Madalena, já prevê que na próxima semana devem faltar a manteiga, que vem de Minas, e a farinha orgânica para os pães, que vem do Paraná. "Os fornecedores já nos alertaram que as entregas de segunda-feira não estão confirmadas", afirma a casa. Mas o serviço do fim de semana, quando a padaria fica sempre com filas, está garantido.

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