Especial para o Estado
Você sabe por quais processos de plantio e distribuição passam os alimentos que estão diariamente no seu prato? A organização mundial Slow Food, que defende o consumo consciente, lançou um observatório da biodiversidade, com o intuito de realizar estudos e informar sobre pesquisas que buscam reverter o desaparecimento de culturas alimentares e comunidades agrícolas.
A iniciativa também irá divulgar resultados positivos envolvendo boas práticas de plantio aplicadas a situações de degradação do meio ambiente. Com isso, o Slow Food espera que os modelos possam ser adaptados e replicados em escala global.
FOTO: Laszlo Balogh/Reuters
A criação do observatório foi motivada, principalmente, pelos resultados divulgados no Relatório de Estratégias para a Biodiversidade até 2020, feito pela Comissão Europeia. O estudo aponta que 77% das terras do continente destinadas à agricultura estão em mau estado. O documento alerta também que 56% das espécies animais sofrem risco de extinção.
Entender a procedência dos alimentos e como a escolha de determinados itens no mercado pode afetar o ambiente e as comunidades é a principal tarefa do consumidor que integra o movimento Slow Food. O modelo de agricultura familiar, com produção em pequena escala e práticas sustentáveis, é visto pela organização como a chave para assegurar renovação, preservação e qualidade dos recursos naturais envolvidos no cultivo de alimentos.
O diretor da entidade, Piero Sardo, ressaltou, em nota, a necessidade de uma revolução cultural que abandone completamente o plantio intenso e invasivo. “Essa situação desastrosa só pode ser revertida se alterarmos completamente nossos hábitos de consumo”, disse.