Não há vinho no Luksus, restaurante de Daniel Burns, que está em São Paulo esta semana. Anteontem, no restaurante Epice, de Alberto Landgraf, ele serviu uma amostra da cozinha que tem lhe rendido prestígio como um dos propagadores da escola escandinava. “Chamam meu restaurante de neonórdico. Não diria isso, porque não tenho os ingredientes que estão perto do Noma”, diz Daniel, que, apesar da aparência escandinava, é canadense. “Mas também não reclamo: é claro que carrego essa influência. Procuro fazer uma comida de sabor puro, mas brilhante.”
Em alta. Com apenas um ano de restaurante, Dan Burns já conquistou uma estrela Michelin. FOTO: Divulgação
Daniel foi por três anos chef confeiteiro do Noma, número 1 do mundo, em Copenhague. Trabalhou ainda com grandes nomes da cozinha, como Heston Blumenthal, do Fat Duck (Reino Unido), e David Chang, do Momofuku (NY). É parte de uma geração de chefs globalizados, que aos poucos vai forjando um vocabulário próprio, com evidente acento escandinavo – mais do que os tradicionais francês ou italiano.
“Vivemos um momento incrível de compartilhamento. Receitas e técnicas não são escondidas, são divididas”, diz o chef. “Isso cria uma espiral positiva. Há modismos vazios, sem dúvida. Mas, se trabalhamos de forma séria, as coisas na gastronomia só melhoram.”