Não é porque você está em casa - e não na sua cafeteria do coração - que você precisa baixar as expectativas quanto ao seu café. Seguindo algumas dicas práticas e entendendo um pouco mais sobre as especificidades de cada método de extração, dá para fazer, sim, um café de qualidade no conforto do seu lar, extraindo o melhor dos grãos.
Anote aí: você vai precisar de um pacote de café especial – há cafeterias em São Paulo prontas para enviar microlotes para sua casa –, de um moedor (dá para comprar o pó já moído, mas não é o ideal), e de uma cafeteira ou suporte e filtro para café coado.
Para ajudá-lo no preparo, montamos uma cartilha com detalhes sobre o funcionamento e o que você deve esperar de cada método. Selecionamos os principais: coados, prensa francesa, Aeropress e moka.
Vale também seguir nossas dicas para nunca mais cometer erros básicos que podem arruinar o seu café, como usar água fervente na extração. Esqueceu a chaleira no fogo e a água ferveu? Tudo bem, basta esperar a temperatura baixar um pouco.
Deixe aflorar o barista que há em você (ao menos durante esse período de isolamento social). Ah, e faça um bolo para acompanhar o café, que tal? Você encontra opções de receitas no site do Paladar.
Filtros de papel
Os filtros de papel são ideais para quem gosta de um café mais suave e translúcido. Há diferentes métodos nesse grupo – como Melitta, Hario V60 (foto) e Clever – e a maioria vai bem com pó de moagem média. Confira os detalhes: Melitta É um dos métodos mais populares por aqui, com filtros e suporte de plástico à venda nos supermercados. O formato com ranhuras verticais e uma abertura estreita no fundo promove um fluxo de água reto e mais lento que nos demais filtros de papel. O resultado é uma bebida delicada.
Hario V60 Feito com material similar ao acrílico, o suporte tem ranhuras em espiral que geram um fluxo de água circular e mais rápido que nos outros filtros de papel. O furo central é maior que o do Melitta, permitindo que o café escorra mais rapidamente. Coado na V60, o café fica mais limpo, translúcido e suave.
Chemex Charmosa, a garrafa de vidro em formato de ampulheta prepara um café menos intenso, com mais acidez do que amargor. Isso porque trabalha com um tipo específico de filtro (quadrado ou redondo) dobrado em quatro partes – e a dobradura, com várias camadas de papel, filtra qualquer resquício de pó.
Clever Com uma válvula que segura o café em infusão pelo tempo desejado (o recomendado são de 2 a 4 minutos), esse método leva a um café intenso, com mais cafeína (que é solúvel em água) e cheio de sabor. Vale testar diferentes espessuras de moagem na Clever: a mais grossa confere uma bebida mais suave; a mais fina fica mais amarga.
Filtros de metal
Prensa francesa O café moído grosso fica em infusão pelo tempo desejado (a sugestão é de 4 minutos) e é extraído sob pressão. O êmbolo de trama de metal é pressionado contra o líquido (água + pó), empurrando o pó para o fundo do recipiente de vidro e separando as partículas da bebida. A prensa francesa faz um café licoroso, com residual intenso e sabor marcante.
Aeropress É o meio-termo entre o coado e o expresso – fica com textura de coado, mas com aromas e sabores intensos, devido à extração manual sob pressão. Funciona como uma seringa, que segura o pó (de moagem média) em infusão até que ela seja apertada direto no copo – sobre o filtro cheio de furinhos, é disposto um disco de papel, que segura os resíduos.
Sem filtro
Moka Mais conhecida como cafeteira italiana, ou ainda Bialetti, devido à marca que criou o método, essa versão é famosa pela praticidade – afinal, não usa filtro de papel. No compartimento de baixo é colocada a água e, no centro da ampulheta, entra o pó do café – o ideal é a granulação média, pois o pó muito fino pode entupir o filtro. Ela vai direto na chama do fogão, que, por sua vez, faz a água evaporar e passar pelo filtro de metal onde está o pó. O resultado é uma bebida mais intensa, próxima ao expresso – com sabores mais complexos –, e encorpada, como os italianos gostam.